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Os 18 sem sorte.

Carlos_Santoro

Updated: Oct 21, 2022


 

O tema do post dessa semana com certeza não é dos mais agradáveis: a morte. Mas mesmo ela tem suas curiosidades e peculiaridades. Certa vez eu fiz uma estimativa de quantos jogadores do Fluminense, dentro do universo dos mais de 1600 incluídos no meu banco de dados, já teriam falecido e cheguei a conclusão que seriam algo entre 650 e 700 jogadores. É claro que a grande maioria deles morreu de causas naturais mas existe um pequeno grupo que, literalmente, “morreu na vertical”. A título de curiosidade resolvi preparar uma lista desses desafortunados e contar também as circunstancias de suas mortes. Cheguei a uma lista final com os 18 nomes relacionados abaixo. Mas antes algumas observações e ressalvas.

A minha lista está incompleta é obvio, já que não tenho nem datas nem as causas das mortes de todos os jogadores do Fluminense que já nos deixaram. Conforme minha pesquisa for avançando e eu for obtendo novas informações, irei adicionando nomes a essa lista, embora acredite que não serão muitos. Jogadores como Mano que morreu em decorrência de “hematoma difuso da região glútea esquerda, toxemia e insuficiência cardíaca”, segundo seu registro de óbito, não entram na minha lista, pois seu passamento ocorreu em um leito de cama, semanas depois do trauma ter ocorrido. Para o texto não ficar muito longo, não vou me estender muito sobre a carreira de cada jogador mencionado e serei sucinto sobre as circunstâncias de suas mortes. Futuramente, em posts individuais sobre cada um desses jogadores contarei mais detalhadamente as suas histórias. Mas vamos a lista em ordem cronológica do óbito.


Luiz Loureiro Meia campeão paulista de 1914 pelo São Bento, filho do Visconde do Rio Tinto, defendeu o Fluminense em 1916. Ás voltas com problemas financeiros, suicidou-se com um tiro na cabeça, menos de um mês depois de fazer seu último jogo pelo Tricolor.

fig. 1 – Luiz Loureiro.


Harold Reidy Bicampeão carioca de 1906 e 1907 pelo Fluminense, nasceu em Desterro (atual Florianópolis), Santa Catarina, filho do vice-cônsul da Inglaterra. Alistou-se no exército inglês durante a Primeira Guerra Mundial. Ascendeu ao posto de capitão, sucumbindo em batalha em Abbeville na França. Por ironia do destino, poucas semanas antes da assinatura do armistício.


Jack da Costa Santos Irmão mais novo de Horácio, sócio número um do Fluminense, foi campeão carioca de 1909 pelo Tricolor. Suicidou-se com um tiro na cabeça por motivo ignorado, embora os jornais especularam na época ter sido devido ao seu vício de cocaína.


Luiz Bartholomeu Autor do gol decisivo do primeiro Fla-Flu, era também um excelente tenista. Faleceu num acidente bizarro, quando o carro em que era passageiro caiu de uma ponte em um rio na cidade de Santos. Barthô, como era conhecido, ficou preso entre as ferragens e não pode ser resgatado a tempo, morrendo afogado.

fig. 2 – Luiz Bartholomeu.


Jorge Py Zagueiro gaúcho, defendeu o Fluminense de 1926 à 1930. Foi uma das vítimas do descarrilhamento do trem que trazia a delegação do Fluminense de um amistoso em Teresópolis. Segundo o relato de testemunhas a composição se desgovernou e Py tentou acionar os freios do vagão onde se encontrava, porém na primeira curva o trem deu um salto chocando-se violentamente contra um barranco. O desafortunado jogador foi arremessado para fora do trem e morreu esmagado entre o barranco e o vagão, com a cabeça transpassada por um pedaço de ferro.


Baptista Irmão mais velho do tricampeão Zezé, o “Menino de Ouro”, defendeu o Fluminense de 1913 à 1918. Funcionário público, foi atropelado por um automóvel na Avenida Rio Branco, no centro do Rio, o motorista culpado abandonando o veículo e fugindo do local do acidente. Chegou a ser levado ao hospital mas morreu horas depois com fratura no crânio.


Arnaldo Guimarães Atacante campeão carioca pelo Fluminense em 1911, foi um dos jogadores que demitiu-se do clube após a conquista e ajudou a fundar a seção terrestre do Flamengo. Formado em Medicina, morreu assassinado a facadas por um empregado em seu sitio após uma discussão banal.


Oswaldo Espínola Ele e o irmão Fernando, ambos advogados, filhos do Ministro do STF, Eduardo Espínola, foram goleiros do Fluminense na segunda metade da década de 1920. Morreu atropelado por um jipe do Ministério da Agricultura quando atravessava a Avenida Ataulfo de Paiva no Leblon.


Ary Ercílio Zagueiro gaúcho de grande vigor físico, teve passagens por Internacional, Corinthians e Grêmio entre outros, antes de se transferir para o Flu a tempo de disputar o segundo turno do Campeonato Carioca de 1972. No mesmo ano morria afogado ao cair no mar após escorregar de um rochedo na Gruta da Imprensa onde pescava. Seu corpo só foi encontrado quatro dias depois na Praia do Pepino.

fig. 3 – Ary Ercílio.


Carlyle Um dos primeiros bad boys do futebol brasileiro, foi artilheiro e campeão carioca de 1951 pelo Fluminense. Morreu atropelado por um motorista embriagado quando esperava condução em um ponto de ônibus em Belo Horizonte onde morava.


Castilho Maior goleiro da história do Fluminense e jogador que mais vezes vestiu a camisa tricolor. Suicidou-se, jogando-se da janela do apartamento de sua ex-esposa em Bonsucesso, zona norte do Rio, por motivos jamais devidamente explicados.

fig. 4 – Castilho.


Dirceu Meia-esquerda técnico e incansável, apelidado de “Formiguinha”, fez parte da segunda versão da “Máquina”, campeã carioca de 1976. Morreu aos 44 anos de idade em um acidente de trânsito, quando o veículo em que viajava chocou-se com outro na Barra da Tijuca.

fig. 5 – Dirceu.


Roberto Pinto Ex-jogador (1966-1967) e treinador (1985) do Fluminense, foi campeão da Taça Guanabara de 1966 pelo Flu. Mais um que morreu em um acidente de carro, no caso dele, em Jacarepaguá, na zona oeste do Rio.


Martinez Goleiro do Fluminense no time-misto que realizou um amistoso na Martinica em 2003. Morreu ao retornar de uma festa em São Gonçalo com dois amigos, quando ao tentar ultrapassar um ônibus numa curva, a moto em que viajavam bateu de frente com um carro que vinha na direção contrária.


Jancarlos Lateral direito revelado pelo Fluminense, foi duas vezes campeão carioca pelo Tricolor. Outro que morreu em um acidente de trânsito, quando o carro que dirigia caiu em uma ribanceira em Itaipava, Estado do Rio.


Filipe Machado, Mário Sérgio e Lucas Gomes O zagueiro tricolor de 2004, o ponta-esquerda da Máquina de 1975 e o atacante do Fluminense de 2015, respectivamente, morreram na queda do avião da Lamia, em La Union na Colômbia, que levava a delegação da Chapecoense para a disputa da primeira partida da final da Copa Sulamericana de 2016. Outras 68 pessoas morreram no acidente.

fig. 6 – Lucas Gomes.

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