O tema do post desta semana, os maiores artilheiros por estado da história do Fluminense, me foi sugerido por um amigo no mês passado e é baseado numa lista similar que ele me enviou sobre o São Paulo. Sub-dividido pelas cinco regiões do país, o levantamento que eu fiz encerra duas ressalvas. A primeira é que o número de gols de cada jogador foi tirado do meu banco de dados, e pode diferir em alguns casos dos números oficiais do clube e de outros sites, já que estatística é que nem região glútea, cada um tem a sua. Qualquer discrepância no número total de gols nesses casos, entretanto, não é importante, pois uma diferença de um ou dois gols, não altera o status daquele determinado jogador de maior artilheiro de seu estado. A segunda ressalva é que eu não tenho o local de nascimento de todos os jogadores da história do Fluminense, mas tenho de todos aqueles que marcaram pelo menos 13 gols, o que significa dizer que para os casos de um artilheiro estadual ter 12 ou menos gols – são apenas quatro casos: Alagoas, Ceará, Maranhão e Mato Grosso -, sua inclusão na lista pode não ser definitiva, e ele pode ser eventualmente substituído por outro conforme a minha pesquisa avançar. No final do texto existe um link para baixar o poster dos maiores artilheiros estaduais do Flu em formato pdf.
De todas as regiões do Brasil, o Centro-Oeste é a que contém o maior artilheiro com o menor número de gols, Washington, o “Coração Valente”, que tem 45 em suas duas passagens pelo Tricolor. O brasiliense pode eventualmente ser superado, entretanto, pelo atacante Marcos Júnior, que desde sua estreia em 2012 já marcou 28 gols. O centroavante Dionísio lidera com folga entre os sul mato grossenses com 33 gols, todos marcados numa mesma temporada. Outros notáveis do estado são o volante Jean que marcou 19 gols e o atacante Alex Dias, autor do gol inaugural do Engenhão, com 13. Entre os goianos, encabeça a lista Valdeir “The Flash”, que balançou as redes 18 vezes, seguido de perto por Adriano Magrão, um dos destaques da conquista da Copa do Brasil em 2007, com 14. O Fluminense não teve muitos mato grossenses em suas fileiras. De fato, eu tenho apenas três registrados no meu banco de dados. Portanto não surpreende que o maior artilheiro do estado tenha somente três gols: o habilidoso meia Beto, o amigo do Romário.
Pernambuco forneceu três grandes atacantes para o Fluminense: Ademir Menezes, primeiro ponta-de-lança do futebol brasileiro, o ponta-esquerda Lula e o meia Orlando, o “Pingo de Ouro”, que com 184 gols não só é o segundo maior artilheiro da história do clube como é o maioral do Nordeste. A Bahia não fica muito atrás, e além de ser o estado da região que mais abasteceu o clube – são mais de 50 jogadores registrados no meu banco de dados -, é a terra natal dos goleadores Magno Alves (121 gols), Washington (118 gols) e Pedro Amorim (78 gols), entre outros. O centroavante Nunes, o “João Danado”, faria maior sucesso no rival, mas nem por isso deixaria de marcar gols em sua breve passagem pelas Laranjeiras. Foram 40 em pouco mais de um ano, o suficiente para colocá-lo em primeiro lugar entre os sergipanos. Logo atrás dele na lista de goleadores do Flu do Nordeste, com 39 gols, está o potiguar Marinho Chagas, antigo sonho de consumo do Presidente Horta, que desfez a segunda versão da Máquina só para contratá-lo. Paraíba contribui à minha lista com o atacante Rinaldo (24 gols), aquele que em um amistoso da seleção em Milão em 1990 deixou de passar uma bola para Pelé – que uma semana antes de completar cinquenta anos voltava a vestir a amarelinha -, chutando uma bola que não devia, enquanto o Atleta do Século inteiramente livre pedia o passe. Empatados com seis gols estão o lateral-esquerdo Jadílson e o atacante Osvaldo, artilheiros máximos respectivamente de Alagoas e Ceará. Sobre este último é curioso que ele também seja o maior artilheiro cearense do São Paulo. Na lanterninha entre os artilheiros estaduais, não só do Nordeste mas de todo o Brasil, está o lateral-esquerdo maranhense Chiquinho que marcou apenas dois gols em uma temporada defendendo o Tricolor. Recentemente, o atacante Maranhão que tinha amplas possibilidades de superar esse baixo número infelizmente não vingou nas Laranjeiras. Por fim, nenhum jogador do Piauí jamais marcou gol pelo Fluminense, razão pela qual o estado não é mencionado no desenho acima.
A região Norte é a que proveu menos jogadores ao Fluminense – pouco mais de 30 segundo os meus registros -, mas nem por isso deixou de revelar goleadores, como o tocantinense Roni, que com 83 gols é o líder de seu estado e região. É interessante notar que Roni nasceu antes da criação do estado de Tocantins, na época parte de Goiás, que está inserido na Região Centro-Oeste, o que não faz diferença alguma, pois ele também seria o maior artilheiro goiano e dessa região. O Pará nunca deixou de revelar bons jogadores para o Fluminense, como o goleiro Paulo Victor, o lateral Oliveira e o zagueiro Assis, mas é o “Pé-de-moça” Nilo o bam-bam-bam do estado. Seus incríveis 62 gols em apenas 47 jogos, média de 1,32, é disparada a melhor performance dessa minha lista. O lateral-direito Aldo (15 gols) e o atacante Jason (12 gols) são os únicos representantes do Amapá na história do Fluminense. Naturais de Macapá, capital do estado, são contemporâneos e atuaram juntos em 1983. Entre os amazonenses, o primeiro colocado é o atacante Fábio Bala, que marcou 13 gols com a camisa tricolor. Dez deles no Campeonato Carioca de 2003, do qual foi artilheiro. Já os estados do Acre, Rondônia e Roraima jamais cederam jogadores ao Flu.
Cerca de 60% dos jogadores da história do Fluminense são oriundos do Sudeste, portanto pela teoria das probabilidades a chance é maior de vir da região o goleador máximo do clube. Os fatos não contradizem a hipótese e é o fluminense Waldo a estrela máxima dessa minha lista, seus 318 gols de longe superam qualquer concorrente. Por mais de 50 anos o “Dinamitador” Hércules e o “Fio de Esperança” Telê foram os principais artilheiros entre os mineiros, mas em 2016 eles foram superados pelo atacante Fred (172 gols), o último grande ídolo do Tricolor. O Espírito Santo é celeiro de inúmeros jogadores, entre eles Ricardo Pinto, Luiz Fumanchu e mais recentemente Cícero e Richarlison, mas é o saudoso Ézio, o “Super-Ézio”, com seus 118 gols, o destaque tricolor do estado. Com mais de 200 atletas, São Paulo é o segundo estado com o maior número de jogadores na história do Flu, superado apenas pelo Rio de Janeiro, logo é natural que tenha produzido inúmeros goleadores, o maior deles o ponta-esquerda Rodrigues “Tatú”, autor de 95 gols pelo Tricolor.
Diz a lenda que o centroavante Russo, ídolo tricolor das décadas de 1930 e 1940, nasceu na Ásia. Há relatos também que ele teria nascido na Argentina, mas todos os documentos que eu tenho dele apontam-o como natural do Rio Grande do Sul, e é como gaúcho, e com 148 gols, que ele encabeça a minha lista de goleadores da Região Sul. O meia Thiago Neves, autor de 50 gols, é o lider entre os paranaenses, seguido de perto pelo atacante Agnaldo que tem 47, bem à frente de Leomir (32 gols) e Tato (17 gols), tricampeões cariocas pelo Flu. Encerra a minha lista o catarinense Jair, que com 28 gols supera em dois seu conterrâneo e contemporâneo Mickey.
O poster com todos os artilheiros do Fluminense por estado em formato pdf pode ser baixado aqui.
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