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A propaganda é a alma do negócio.

Carlos_Santoro

Updated: Oct 21, 2022


 

Sempre pioneiro, o Fluminense foi o primeiro clube brasileiro a fazer publicidade em seu uniforme. Isso aconteceu em 10 de junho de 1975 no famoso amistoso da “Máquina” contra a poderosa equipe do Bayern de Munique de Beckenbauer & cia. A propaganda do Mobral, exposta na perna esquerda do calção e nas costas da camisa tricolor, funcionou como um patrocínio às avessas, pois foi o Fluminense que deu dinheiro (parte da renda) ao programa de alfabetização do governo e não o contrário. Uma iniciativa do presidente eterno Francisco Horta que já antevia a necessidade dos clubes procurarem por outras fontes de receitas para fazer frente às despesas crescentes do futebol.

Passariam-se anos até que o Conselho Nacional de Desportos (CND) finalmente autorizasse aos clubes exibirem publicidade em seus uniformes. Isso ocorreu em 1982, mas ainda demoraria algum tempo para o Fluminense aderir à moda. Finalmente em 1984, na reta final do Campeonato Brasileiro, o clube exibiu pela primeira vez patrocínio na camisa. Era o início de uma era e salvo por breves períodos, o Fluminense jamais deixou de estampar algum produto ou empresa em seu uniforme. Hoje eu vou contar a história de cada um deles, mas sem entrar em muitos detalhes, listando apenas quais foram as empresas e quando elas patrocinaram o clube (para uma análise mais completa eu recomendo o livro “A camisa mais bonita do mundo”, lançado em 2015). Ficam de fora patrocínios de divisões de base e times-misto (BCN na Taça São Paulo de 1986 e Braspetro em 1985 em jogo na África, respectivamente, por exemplo). E também patches de competição, emblemas de títulos, frases de efeito, referência à jogos decisivos e selos comemorativos. Para variar eu preparei um infográfico que resume em uma linha do tempo a história da publicidade no uniforme do Fluminense. Esse infográfico (fig. 1), em formato pdf, pode ser baixado ao final do texto.


fig. 1 – Infográfico com a linha do tempo de publicidade no uniforme do Fluminense.


O Fluminense vestia Le Coq Sportif quando a Kodak, companhia americana de produtos e serviços fotográficos, tornou-se a primeira empresa a patrocinar o clube nos dois jogos válidos pela quarta-de-final do Campeonato Brasileiro de 1984 contra o Coritiba. Já na semifinal contra o Corinthians, o Flu estampou Tavares Roupas no peito e nas costas e a famosa logomarca do cachorrinho da loja de roupas masculinas na manga direita. O Banco Nacional, por sua vez, foi o anunciante tanto do Fluminense como do Vasco nos dois jogos da final. A Kodak retornaria na rápida excursão que o Flu empreendeu à América do Norte na semana seguinte à conquista do título brasileiro.

A partir de então, o Fluminense seguiria com patrocínios pontuais: Relógios Mondaine na estreia e Sul América Seguros no triangular final do Campeonato Carioca, e Lions Clubs International na partida inaugural do Campeonato Brasileiro de 1985 contra o Santos. Foi só no segundo semestre desse mesmo ano que o Flu conseguiria enfim um patrocínio mais longevo com o retorno da Sul América, que estampou sua marca na camisa tricolor durante todo o Campeonato Carioca.

No inicio de 1986, o Fluminense trocou a fornecedora de materiais esportivos francesa Le Coq pela brasileira Penalty e se viu por um tempo sem anunciante. Após propagar a marca Tama de um pool de empresas brasileiras exportadoras em um amistoso na África, o Tricolor fechou com a HeartLine no-breaks e estabilizadores para o Campeonato Brasileiro que se estenderia até o começo do ano seguinte.

A Júlio Bogoricin Imóveis e a 1001 Turismo foram os próximos anunciantes. A primeira no Fla-Flu do segundo turno e a última nos três jogos do terceiro turno do Campeonato Carioca de 1987.


fig. 2 – Linha do tempo de publicidade no uniforme do Fluminense de 1975 à 1987.


Em outubro, foi anunciado através do Clube dos 13 o acerto com a Coca-Cola, que à época, tal qual a Caixa Econômica nos dias atuais, patrocinou a grande maioria dos clubes participantes do Campeonato Brasileiro. Inicialmente previsto para durar um ano, após sucessivos aditivos e renovações, acabou prolongando-se por mais de sete (até março de 1995). Só a Unimed teve relação mais duradoura com o Tricolor.

A sucessora da Coca-Cola foi a fabricante de automóveis coreana Hyundai, que em junho de 1995 assinou contrato de quase um milhão e meio de dólares com validade de um ano com o Tricolor. Mas antes o Flu andou divulgando a mensagem “Ame o Rio” na reta final do Estadual.

Em 1996, com a chegada da Adidas, foi a vez da SporTV exibir sua logomarca na camisa do Fluminense. O acordo teve validade somente durante o Campeonato Brasileiro no segundo semestre. A Net Rio veio em seguida, patrocinando o Flu em dois jogos do Estadual de 1997. A partir de maio desse mesmo ano, a Oceânica Seguros estampou seu nome no uniforme tricolor, passando logo em seguida a dividir espaço com a MTV, a seguradora no peito e o canal de TV à cabo nas costas, até julho de 1998.

Para a disputa da série B do Campeonato Brasileiro em 1998, o Flu contou com o apoio da filial Rio da cooperativa de médicos Unimed em sete jogos. Já no Fla-Flu inaugural da temporada seguinte fez propaganda do sal-de-frutas Sonrisal.


fig. 3 – Linha do tempo de publicidade no uniforme do Fluminense de 1987 à 1999.


A data de 17 de março de 1999 é histórica para o Fluminense, pois foi nesse dia que teve início uma das mais longas parcerias do futebol brasileiro, só interrompida ao final de 2014. Recheada de altos e baixos, a associação com a Unimed rendeu importantes títulos para o Tricolor. No ultimo deles, o Campeonato Brasileiro de 2012, o Flu, campeão por antecipação, divulgou o Hospital Unimed Rio nos seus três jogos finais.

A TAM Linhas Aéreas esteve presente na manga direita da camisa do Fluminense (assim como na de diversos outros clubes) durante a Copa João Havelange em 2001.


fig. 4 – Linha do tempo de publicidade no uniforme do Fluminense de 1999 à 2014.


O fim da parceria com a Unimed, que detinha exclusividade de patrocínio em todas os espaços do uniforme, no final de 2014, deu início a uma verdadeira salada de frutas de anunciantes, que transformaram a camisa do Fluminense num verdadeiro outdoor ambulante. Em 2015 a Viton 44 divulgou três de suas bebidas: o Matte Viton (no peito), o Guaravita (nas costas e no calção) e o Guaraviton (nos ombros) no uniforme do clube. Uniram-se a ela nesse mesmo ano a empresa de pescados Frescatto (na omoplata e no calção) e a Voxx Suplementos (dentro do número nas costas). No ano seguinte mais três anunciantes se juntaram à turma: a SOS Mata Atlântica (na manga direita), a chinesa TCL e a Caixa Econômica, essas duas últimas como patrocinadoras master (a Viton deixou o clube em fevereiro) em alguns jogos no segundo semestre. Por fim, esse ano, foi a vez da Odonto Company (na barra nas costas na final do Estadual), da Thinkseg (nas costas e na barra), da TIM (no número nas costas) e da LAFE Laboratórios (acima do peito) ingressarem no Tricolor.

Outra novidade recente foi o uso dos espaços vagos no uniforme (o Fluminense não tem patrocinador master fixo desde fevereiro de 2016) para mensagens institucionais: 114 anos e O Fluminense somos todos nós no aniversário do clube em 2016, O Detentor da Taça Olímpica no dia de encerramento dos Jogos Olímpicos do Rio, mensagens de apoio à Chapecoense no jogo final do Campeonato Brasileiro de 2016, Ame o Rio na final da Taça Guanabara de 2017, além dos programas de sócio-torcedor Sócio Futebol e Sócio CT.


fig. 5 – Linha do tempo de publicidade no uniforme do Fluminense de 2015 à 2017.


O poster gigante com a linha do tempo de publicidade no uniforme do Fluminense, em formato pdf, pode ser baixado aqui.

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